Meus versos

Eu não tenho um estilo

Não escrevo por obrigação

Meus versos jorram

Como sangue da ferida

Assim, respingando

Sem direção, sem sentido

Meus versos jorram

Porque já não cabem aqui dentro

Os cortes da vida

São as janelas para o mundo

Sim, meus versos pulam janelas

Não aprenderam a usar a porta

Nunca souberam bater (à porta)

São um pouco sem educação

Sua natureza pede liberdade

Não ousei domá-los

(Seria um desperdício)

Ora brincam de ser prosa

Ora dão chá de sumiço

Meus versos adoram inventar moda

(E eu, que tenho a ver com isso?)

Eles me deixam acreditar ser poeta

Mas quem escreve são eles,

Eu só assisto

Enquanto eles me assistem

(Com todas as regências possíveis!)

E revelam ao mundo

Meus segredos implícitos

Dancker
Enviado por Dancker em 09/09/2020
Código do texto: T7058561
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