QUEM MORRE...

morre o rico, morre o pobre;

morre o plebeu, morre o nobre;

morre o louco, morre o sadio;

morre o trabalhador, morre o vadio;

morre o crente, morre o ateu;

morre o muçulmano, morre o judeu;

morre o inimigo,

morre também o amigo;

morre o palmeirense, morre o corintiano;

morre com certeza, morre por engano;

morre o doutor, morre o analfabeto;

morre o detestável, morre o predileto;

morre o morre o santo, morre o demônio;

morre o João, morre o Antônio;

morre a paixão, morre o desejo;

morre o abraço, morre o beijo;

morre o governador, morre o presidente;

morre a cascavel, morre a serpente;

morre na cama, morre na estrada;

nos braços da amante, nos braços da amada;

morre em casa, morre no hospital;

morre na favela; morre no Taj Mahal;

morre na subida, morre na descida;

de bala engasgada, de bala perdida;

morre a mãe, morre o pai;

morre na guerra, morre na paz;

morre o feio, morre o bonito,

morre o cavalo, morre o cabrito;

morre o honesto, morre o bandido;

morre o odiado, morre o querido;

morre devagar, morre de repente;

às vezes, um só; às vezes, muita gente;

morre por falta de chuva, morre por enchente;

morre por descuido, morre por acidente;

morre o forte, morre o fraco;

morre o competente, morre o puxa-saco;

morre o padre, morre o pastor;

morre o feliz, morre o sofredor!

todo mundo morre um dia,

menos o amor, menos a poesia...

Jonas De Antino
Enviado por Jonas De Antino em 02/09/2020
Código do texto: T7053090
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.