QUEM VÊ CARAS NÃO VÊ CORAÇÕES
Procuro gente de alma bonita
Que brilha como uma estrela
E o coração pulsa, forrado de ouro!
Debrucei-me na multidão
Desci ás masmorras
Mergulhei no mar
Toquei no fundo
Embrenhei-me na floresta
Subi ás mais altas montanhas
Escalei as escarpas
Sobrevoei a terra
Nas asas robustas duma águia
Todos os meus esforços foram em vão...
Perguntei a um pequeno duende
Onde estava essa gente!
-Não foi exterminada?
- Conhecimento do facto eu não tenho
- Pois se não foi vitimada pelo bicho-papão
Essa gente estará á porta do céu
Pedindo proteção!
A fila era imensa
Mas eu tinha o bolso cheio de lições
Serenamente aguardei a minha vez.
Mais vale tarde do que nunca
Para me ajudar a passar o tempo
Ia metendo a mão no bolso
Para degustar as lições...
São Pedro munido de zaragatoas
Testava um por um
Era imperioso que o paraíso
Continuasse a ser um lugar seguro.
Afinal...
Quem vê caras nao vê corações!
©Maria Dulce Leitao Reis
Copyright 24/08/2020
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