FRUTOS DO AMOR
Quantos abraços apertados
escaparam daqueles corações com cadeados
e hoje procuram pessoas pelo país
como folhas que abraçam a raiz
quando suavemente descem até o chão
e tocam a pele da terra batida pela corrosão...
Quantos beijos atravessam janelas de vidro
e buscam rostos um tanto quanto envelhecidos
de avós que ainda coam o café quentinho
de seus amigos ou então de seus padrinhos
de crismas na velha igreja do centro da cidade...
Quantos somos do alto comissariado do amor
que ainda batemos na porta e entregamos a flor
colhida sob o orvalho da noite passada
quantos somos que sorrimos a rostos duros
olhando-os por cima do muro
quanto ainda somos que estendemos a mão
para um cumprimento vindo do coração...
Não sei quem você é
não sabes quem eu sou
apenas saibamos que estamos floresceendo
por sermos frutos do amor...