TEMPO DESPERDIÇADO

Eu continuo a dizer

Que os desígnios de Deus

São insondáveis.

Há coisas que não vale a pena

Tentar compreender,

Nem tampouco procurar respostas

Porque nunca as obtenho.

Há coisas que ultrapassam

A minha compreensão terrena.

Aprendi a adaptar-me

Ás coisas menos boas

Sem fazer disso um drama.

Envolvo-as em papel de seda,

Ato-as com laços de cetim

E guardo-as no sacrário

Do meu coração

Onde só existe amor

E convenço-me a mim própria

Que são regalos especiais.

Aprendi a moldar-me ás situações

Para que não me causem fricção

E não me magoem.

Aprendi a construir

A minha maneira de viver,

Comigo e com os outros.

Dei-lhe o nome de felicidade.

O que é a felicidade?

A felicidade não é um slogan,

Não é uma coisa estipulada,

É algo que cada um constrói

Á sua própria medida

De maneira que se sinta bem.

Todos os dias

Vou construindo a minha.

Todos os dias tento acrescentar

Mais um paralelo ao meu caminho.

Quem passa a vida a lastimar-se,

Não tem tempo para construir nada,

Desperdiça o valioso tempo

Que podia ter usado para ser feliz!

© Maria Dulce Leitao Reis

27/07/2020

Maria Dulce Leitão Reis
Enviado por Maria Dulce Leitão Reis em 02/08/2020
Código do texto: T7024483
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