A imagem pode conter: planta, árvore, noite, atividades ao ar livre e natureza
----------------
Teias no cabelo
que são garras
perdidas, procurando perdão.

Que foi pedido de perdão
pela agressão, que nem chegou
ao agredido e remetente…

No inferno ou paraíso
o que vale é a intenção.

Fome. Teias...
Eu passo a mão.

balanço... e balanço...
até a teia cair, planando devagar
aconchegando-se ao chão.

Aranha. Teias...
Suas perninhas, finas,
enormes… suspendem-se

incontinentes…
debatem-se, duelam
contra o inevitável.

Algo que engana
faz-me acreditar que me tornei
uma espécie de:

“Deus das Teias”.

Não há a menor preguiça
não há menor entrega
e nem a menor
desistência…
Ela segue, subindo.

Subindo. Teias...
Saindo. Teias…
Venenosa. Teias…

Se forem aranhas fêmeas
logicamente que serão,
com toda certeza, venenosas.

Elas. Teias…
Terríveis. Elas…
Amáveis. Elas…

Terríveis, adoráveis. Teias…

Pois é apenas delas que
surge toda essa:
“possibilidade delirante”

De se “Morrer de amor”.