Se sopra onde quer (ir)
Se sopra onde quer (ir)
o céu empinando pipas, soprando cores no café da tarde, bolo mimoso, sequilhos na cesta, anunciando a paz que vai chegar, trazendo flores e o movimento do seu sorriso acorda em mim alguma coisa que tece em ponto miudinho o calor da almofada, o gosto do beijo com folha de hortelã ao pé do assoalho da varanda em noite quente, a chuva fazendo amor com a terra, como uma menina escondendo o corpo no vestido, enquanto a beleza cresce, para pegar seus olhos, fazer um suspiro enquanto deixa cair uma frase transparente em ponto alto e corrente, querendo mais, com poucas palavras. interrompendo a vírgula, com tua mão pela cintura, transbordando como ano novo no tonel, em dia de chuva, ir lá; com a minha alma, raspar a manteiga com faca ardente. adoecer as mãos de Picasso, criando-me do seu lado do pão...