ANTIDIÁRIOS DE JUNHO XXX
Cá num mundo sem presentes os futuros acontecem
tão frios na medida que a nuvem aumenta e fornece
esta rede vendida para unir, porém que agora mede
o espaço ao redor entre a tela, o teclado e uma prece
na peleja do que ainda não existe. Muito não foi usado
neste laboratório clandestino quase ubíquo da palavra
escondida sob as várias formas e silhuetas de imagens
— garimpar poemas é risco elevadíssimo de fracasso...
A luz áspera desta penumbra abre a escotilha da tarde
e ouço o som da makita distante feito se fosse um arco
que desliza sobre uma rabeca e tudo então é um alarme
do silêncio do vírus que zonzeia os olhos — e nos abate.