ANTIDIÁRIOS DE JUNHO XXIV

E eu tinha muito a saber sobre como as manhãs predizem

os passarinhos invisíveis: é uma saudade em cada timbre.

Quero mesmo é beber da tua água enfeitiçada de arrepios

entre os graves do teu ritmo e o nitrogênio do meu calafrio.

Trago na canastra os teus versos para declamar neste fogo

além do oxigênio das coisas e da estratosfera de um sonho

alimentado pela rede da realidade daquela força que emana

da gravidade invertida lá do meio do roxo da noite profana.

Contigo o meu dia é um calendário de ventanias e feriados

e o mundo é a nossa casa e vai e vem e volta e morre e mata;

e eu havia de começar pelo começo do fio da minha quilha.

Escrevi os teus poemas de açaí, porém nunca li a tua poesia.