Melancolia XCIII

Anahata pula linhas

Nesta noite o sereno cria vidas

Transforma-me em pavão.

Despiram-me o corpo.

A alma grita.

Vôo sem olhar para trás

As penas caem e folhas me cobrem o coração.

Minhas folhas crescem desde a raiz.

Sofro,

me alago,

transpiro coração em pele.

Paro na janela e sorrio

Olho para o espelho e vejo a Terra girar

Estou lá, cá.

Furo pedras com repetidas lágrimas.

Escrevo com a tinta nos dedos,

com o coração na mão.

Anahata sou.

Sem nome, sem lar

Pura alma que respira o ar da natureza

Não busca,

vaga pelas raízes azuis.

Vejo-a alí

Ela canta

Implora

Ama, muito ama.

Ytalo Scharf
Enviado por Ytalo Scharf em 14/06/2020
Código do texto: T6976705
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