Melancolia LXXXVIII
Sei que escreve para mim quando teu coração aperta
Sou um pavão sem pena
Um beija-flor que pede socorro
implora por amor.
Deixo-a gritar e te tornas fraca
Tua criança é frágil
Teu coração,
uma ave selvagem.
Arranho as paredes
afim de apagar as dores manchadas.
Sangro para te salvar de mim,
adoeço minhas raízes
para não matar teu jardim.
Te calo na madrugada
Grita meu nome no silêncio do quarto
Teu pranto não mais me machuca.
Vivo na ira
Te amei em outras bocas.
Não esqueceu meus versos
Revido a dor que me causa
Digo que não te amo
para que sinta a minha perda
e o vazio da alma.