Flambado em saudade
quem sabe eu ame a noite
quando ela aperta a janela
precise de uma xícara de açúcar
e uma aguardente nordestina.
não saiba o que fazer com a solidão
que queima no forno
à noite me deite e sonhe
com o que por trás de nossos olhos vãos
o acaso escondeu
sinta o que não foi mostrado
derramado no rádio do vizinho
quem sabe se o que há na minha panela
é sofrimento ou saudade quente?
só quero voltar para casa
fechar bem a porta
e numa beleza maior
deixar o verbo cicatrizar.
Onde voce vai dormir agora, Belchior?