Tempos Estranhos

Eram belos aqueles olhos, tinham qualquer coisa que desalinhava os meus sentidos e ensandecia a razão.

O arrastar das horas tão repetidas gritava qualquer coisa que não era possível escutar.

A inconstante busca pelo prazer do sofrimento já não era real, se enunciava.

A singeleza captada da natureza tão vívida se desbotava e se perdia ao tentar ser enxergada através do olhar do outro.

Não era outra coisa senão o que precisava se inscrever, há outras maneiras de se matar, quiçá um corte preciso de palavras.

Eram tempos estranhos, o que se perdia se intensificava dilacerando até a realidade outrora desconhecida.

O insuportável dos domingos se fazia notar, e a luta entre o encanto pelo ideal que desestrutura e o amor pelo sereno, é necessário perfilar as letras.