Súplica
Quem dera a ignorância
ainda habitasse em meu âmago;
eu seria consolado
pela esperança
e buscaria refúgio
nos braços dos deuses.
A tristeza não
faria morada em meu peito
e o desespero não
castigaria meu coração
durante a noite.
Quem dera eu tivesse
a fé dos fiéis;
eu conseguiria dobrar meus joelhos
para fazer súplicas.
Mas sempre que começo a rezar,
penso nos milhares de judeus
que morreram dentro daquelas câmaras de gás
(desnudos, ajoelhados de cabeça baixa
e com as mãos para cima, implorando
pela salvação),
então, desisto.