Prosa litigiosa
Prosa litigiosa
se você parasse nesse momento, antes da música escorrer pelo salão, olhando-me tal vazamento de petróleo no mar. afirmo, antes de tudo, que essa prosa é litigiosa! e o meu defeito (ofereço a outra face), é a poesia dos seus cabelos que quebram como vidro e tua sombra, o precipício atado ao destino, como um sofá de braços abertos (numa mera pose doméstica). mas a culpa... a culpa é mesmo do teu peito que não tem paz para dar, espremendo o tempo pelos dedos, fazendo-me supor que ‘tempo’ é um dançarino na teia de um pintor. e depois que escrevo (baby), você vai sumindo com as palavras e nem me lembro, se a métrica é a alma da poesia ou se a jurisprudência da palavra foi onde Deus estacionou sua vontade... é sempre como se eu tivesse atirado em meu coração.