Poesia e café

Minha poesia tem roupa simples

Não caresse de luxo não

Tem um cheio único

Ela veste e encanta meu povo

Jorra numa cacimba de palavras...

E nas lembranças, eu volto no passado

Assim ela é criada

É igual fazer café e moer o grão na hora

Pega o pilão

Bate o grão

Bota água

Pega a lenha

Bota no fogo, que assim o fogo queima

De lenha ou não

O Cheiro de café vai subindo

É assim que a gente sabe, que é coisa boa

Pronto, café pronto.

A gente vai apreciando e degustando

O melhor café feito na lenha no cantinho da saudade...

Aqui, não caresse de palavra bonita não

Sabe aquela que tu cassa no dicionário?

Se avexi não

A poesia é pra todos, e não caresse de luxo não

Ela é feita assim: arrumo as bagunças com palavras simples que sinto e vou escrevendo,

Cachoeiras de palavras vão surgindo

Aí eu bulindo uma palavra e outra

E o dia começa assim, com cheirinho que senti

Na pura poesia derramada

Sem muito fricote

Hoje foi só um gole.