Meus escritos não aliviam

como algo sedutor
esperando no final do caminho
o acorde de sua voz
entra na alma como faca

esses olhos
de um azul do fim do dia
de um dia que não é feriado
e nem véspera de chuva

e eu apenas triste
de frente à sua imagem
que vive apesar de mim
insiste em não sumir
em uma curva perigosa
ou cair no abismo

(que diz que eu te amo há tanto tempo)

no pano do nosso silêncio
eu me vendo
por uma fome profunda
que começa como uma semente de raiva
segue num beijo entre a vida e a morte
lindo no céu e um inferno na alma

meus escritos não aliviam
enlouquecem todos os dias
no fim da corda...
Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 09/04/2020
Código do texto: T6911841
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