Odeio
A verdade é que a odeio
Odeio por ter me tornado vulnerável
Odeio por ter me visto tão fraco, tão aberto
Por ter te mostrado todos os meus defeitos
Odeio que tenhamos chegado tão longe,
Mas que nunca tenhamos chegado tão perto
Odeio me sentar diante do computador,
Esperando qualquer coisa escrever
E cada linha que passa na minha mente,
Por mais simples que seja,
Me faz lembrar você
Eu a odeio, odeio e não pouco
E nunca mais li poesia sem lembrar teu nome
E nunca mais li o horóscopo sem pensar e me preocupar
A quantas anda teu sucesso e teu mapa astral
Odeio que tenha me feito pensar em você
Sempre que passo por uma maldita ponte
Odeio ter levantado cedo para te fazer companhia
Odeio ter aceitado essa coisa que cresceu e se tornou um monstro muito maior que eu
Odeio ter te amado, por mais que não devesse
Odeio que tenha visto minha sinceridade insincera
E tenha escolhido qualquer coisa, que não eu
Porque você sempre foi minha prioridade
Odeio que eu tenha lutado com tanta garra
Esgotando todas as minhas forças
E ver que foi em vão
Que os planos que tinha para nós
Eram sonhados apenas do meu lado
E que as promessas não passavam de palavras fugidias
Odeio que tenha sido tão marcante,
Odeio que me faça rastejar para cá
E implorar para me encontrar numa única linha das tuas poesias
Odeio que me domine
Odeio que depois de tanto tempo
Ainda estou preso e não fui, nem sou, capaz de te esquecer
Odeio que sua voz ainda esteja cantarolando ao meu ouvido, debochando de mim, do que senti, sinto
Odeio que seu sorriso e a curva do teu pescoço são as linhas que agora delineiam meu mundo
Eu a odeio, é verdade, odeio mais que tudo
E além de todos esses fatos
Eu a odeio mais, muito mais, porque ainda...