Canção Do Eterno Retorno
Quisera eu um dia ouvir apenas a verdade
E me alegrar com seu sermão
E caminhar de mãos dadas pela vida
Todos nós: amigo, filho, pai, mãe, irmão
Quisera eu viver todos os dias na plenitude
Como se fossem últimos, unicamente,
Até mesmo as segundas-feiras chuvosas
Pois chuva e sol são apenas estados da mente
Quisera eu deixar de lado os problemas pequenos
E pô-los no seu devido lugar, ao lado,
Pois tudo que é pequeno tornar-se-á grande
Se quisermos imaginá-lo como algo desmesurado
Quisera eu decretar que tudo será permitido
Com única exceção: fazer maldade
E acreditar que o amor é a carta magna
Que regerá a liberdade no seio da humanidade
Quisera eu enxergar beleza onde não a vejo
E dizer que o mundo é perfeito
Mesmo de olhos abertos poder sonhar,
E de olhos fechados, consertar o que tem defeito
Quisera eu pronunciar sem erros a palavra paz
Em todas as línguas, com adorno,
E multiplicar os pães entre todos os povos
Fazer do bem a condição filosofal do eterno retorno