Dos teus lábios nunca mais nasceu poesia
vestir-me (você)
viver-te (eu)
um chora o outro
paixão de mim
meu eu
de olhos turvos
rasgo as costas das mãos
traída pelo choro
estás por toda parte
mas um não ouve o outro
canto a ânsia de ser rei de nada
de duas sombras amontoadas
num céu inesperado
morro-te sem mim
no mármore da alma lapidada
planto o corpo
tropeço nas flores
pesa em mim o perfume da lápide
o desgastado livro de orações
(sobrevoando o destino encerrado)
vestir-me (você)
viver-te (eu)
um chora o outro
paixão de mim
meu eu
de olhos turvos
rasgo as costas das mãos
traída pelo choro
estás por toda parte
mas um não ouve o outro
canto a ânsia de ser rei de nada
de duas sombras amontoadas
num céu inesperado
morro-te sem mim
no mármore da alma lapidada
planto o corpo
tropeço nas flores
pesa em mim o perfume da lápide
o desgastado livro de orações
(sobrevoando o destino encerrado)