Alma-naque

Outro dia eu disse

Sobre vender minh'alma...

Me acharam assaz esquisito

Um perdido de casa, talvez

É que eu escrevia um verso

De saudade...

Nada menos simples

Se eu pudesse vender

Poderia comprar de volta

Não comprar

Esquecer pra sempre...

Rememorar num repente

Pensei...

Nada posso de tudo isso

E tudo me obrigo sem saber

Que se trata de um dever de casa

E o verso pálido de saudade

Diante de miolos energizados

Naquele instante

Não passava de substância

Amarelenta

Mergulhada no sangue

Aquele verso continha mesmo saudade

Do tempo que vender a alma

Parecia possível

Sem o sabor da maldição...

De não saber muito bem

Quando virá outra pro seu lugar

Quando será o retorno flagrante

Ou a lembrança patética

De uma imagem domiciliar

troclone
Enviado por troclone em 09/10/2007
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