Ser poeta marginalizado
é uma barra
sem mídia
sem média
sem grana
come grama
e o pão que o diabo amassou
poeta lido de favor
ignorado pelo leitor
seu livro distante
da estante
mofado no sebo
Quando a folha é fina
o livro se destina
aos banheiros fétidos
dos terminais rodoviários
Jabaquara, Tietê, Barra Funda
página a página, desfolhado,
poemas inéditos limpando bunda.