Não são os silêncios que atravessam a linha... é a linha que interrompe o silencio

bem penteado, perfumado
lustrou o sapato, fez a barba
alinhavou nos lábios o juízo final
a cortina serviu uma fatia da noite
por todo céu
foi abril...
alinhado em fila como estrelas.
desfez o sorriso no espelho
o verbo conduzia
a sombra obedecia um tanto rouca.
(e) como um doce com sal
manteve o ar distante
dividindo os analistas.
saiu como a melhor página de um livro
pensou como um poeta:
'o tempo é louco, diminui tudo'
melhor deixar o tempo
exatamente como imagino:
roendo as unhas
reajustado pela inflação
com o nome dela disparado no coração
repousado no sofá.

pois o sofá... não vai acabar.
 
Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 30/01/2020
Código do texto: T6854225
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