Amor Meu

Se por medo,
ou por ansiedade
eu deixar de ir,
não se levante ou procure.
Não fui sem querer.
O medo tomou conta das coisas.

A ansiedade me invadiu,
o ser vontade se desmanchou
ao cair da tarde.

Não fui, deixei de ir,
faltei por dever
onde meu medo fala mais alto
e minha consciência pouco
tem a dizer.

Deixei de ir
não por puro acaso,
mas por por total descaso.

Fiquei muito tempo sozinho
e sozinho e pensando
no que fui
e no que deixei de ser.
O deixei de ser venceu.

Que posso fazer se não
me locomovo, não medro mais passos
e torta minha vida ficou?

Não tenho mais saídas
e nenhuma entrada.
Passo comum diante das coisas
majestosas. Desconheço-as.
E quando as descubro as perco.

Força do destino me fez por ser
homem de pouca vontade,
homem lancetado de ansiedades.

Se perdi você foi por acaso,
burilou em minhas mãos
e deixei escapar.

Não faz mal, o tempo vai dizer.
No fundo das coisas me resta vã esperança
De um dia voltar a vê-la e dizer, bem baixinho:

Não sou porque quero,
não fui porque me perco,
mas amo a flor que em ti desbrocha
e o milagre de seus olhos
que de todo, me confortam!
José Kappel
Enviado por José Kappel em 20/01/2020
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