SONO ARREDIO
Êta sono arredio, teimoso, ranheta,
escapuli faceiro, não quer aconchegar,
parece de mal comigo.
O corpo pede trégua, pede paz,
pensamentos querem afrouxar,
meu sangue precisa sonhar.
Mas o sono resiste, bate o pé,
não vem nem a pau,
imerso numa prontidão insana,
tão aceso feito a alma de Deus.
Vai embora inquietação,
se manda daqui redemoinho
vai te de vez furor de furor.
Preciso repor meu gás
preciso desmoronar essa energia
preciso dormir sem travas, sem rebarbas,
preciso desligar esse turbilhão.