marcas de rumores inacabados
sem tempo a perder
se é que o tempo está aí
para ser perdido
forçadas companhias
se tornaram estranhas
o som das campainhas
ensurdecem as loucuras
o céu se espalha
nos espaços
entre carros
desgovernados
tão perdidos
quanto meus passos
só me sinto em casa
fora de casa
só me sinto eu
fora de mim
a consciência
a fala, o ato
se apartam
em momentos
asfixiantes
no escuro
enxergo tudo
que os olhos
nunca veriam
não apreendem
meus pulos
sem consonância
irrefletidos
como os pés
no sapateado
o menos certo
se funde
com o reavivado
enquanto assisto
e desconsidero
na sacada
sem o porre
ser só de álcool
por quê olhar
nos teus olhos
que tentam
intimidar
se não enxerga
nada senão
a própria
íris revirada
procurando algo
nunca encontrado
só encontro
o que não foi
procurado.