Morte fugaz

Toda noite sinto a mesma coisa

Algo que não sei o que é direito

Mais que dói até a alma

E tudo se revira até o leito

De uma morte fugaz

Inundada de tolices

De quando eu fingia ser audaz

E me fantasiava de idiotices

Lembro bem dos dias tristes

Em que pus minha máscara

Só para que você risse

Enquanto eu me afogava

Não sei quando ou como ou onde

Só sei que caminhava

E continuava perdida

Não me achei num monte

Qualquer que seja

A estrada parecia sempre longa

Meus pés doíam

Minha cabeça latejava

Tudo parecia em vão

Uma caminhada indigna

De alguém que lastimava

Perante a fatídica melancolia

Era seu estado cobiçado

Reverberar enquanto rugia

Para não parecer um fracasso

No entanto

Assumia sua dimensão hipócrita

Serventia da mais pura covardia

O mundo que queria dominar

Era quem te ria

Abastada de convicções incrédulas

Nem a morte lhe era convencional

Tinha sido revogado seu direito constitucional

Afinal, sirva ao que ama: atenção!