Amargura fora do espetáculo teatral

Por que não vejo a animalidade nos homens?

A pergunta retórica que tento esquecer da resposta

Vultos na direita

Pés nas lajotas imensas

Todas rachadas por transeuntes

Pisamos no mesmo lugar

Sem estar em nenhum deles

A copa sombreada acolhe

Os olhos desviam

Sou parte de tudo isso

E ainda vejo tudo de fora

E fora disso nada existe

E nesse nada que nos formamos

Ou podemos ser algo qualquer

Todo ser é em potencial

Aquilo que talvez nunca seja

A tendência não é o acabamento

Desse processo lento e indefinido

Que é existir sendo apenas inserido

Sem nunca ter pedido ou escolhido.

Sombra Victorino
Enviado por Sombra Victorino em 26/12/2019
Código do texto: T6827561
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.