Melancolia XLIV
A neblina da madrugada possui a tua beleza
O sereno que nela vive
é a pura energia do crédulo amor.
As vezes
ouço os nomes vagarem pelas janelas
Nelas, dizem a saudade que o dia não ouve.
Alguns de dor,
outros de alegria
Cada saudade sentida de forma diferente
Especial para a alma,
comum para ti.
Os anjos perambulam despertos
enquanto a sonolência invade seus sonhos.
As partículas de água
se aglomeram envolta do coração
E se desfaz quando tocada.
Os passos carregam as árvores
com suas mãos selvagens
apontadas para o solo,
transmitem o que sentem
enquanto as almas a encaram discretamente
cercados por véus negros.
Uma janela de vidro transparente
ainda sim consegue emitir um reflexo
Que teus olhos sejam vistos por si
Olhar para dentro é ver-te de fora.
Meu beija-flor,
não se acorrente em raízes más
Tua selvageria vive para além das folhas.