Horas não contadas no reflexo soturno
Não adianta
Não adianta
O tédio me acompanha
E não é só mais um drama
De um jovem que foge do sono
Enjoado do espetáculo infame
É a forma sem receptáculo
Os romanos da decadência
Os valores desmascarados
Isolam quem realmente sente
E não se encaixa no seu formato
Ainda se afogam nessas correntes frias
Trazendo o desconforto, a pele que arrepia
Mesquinhos escondem os pecados
De quem orquestra essa trama falsa
E ainda cremos em suas imagens
Enfeitadas, editadas, sempre o esperado
O esperado que também cremos
Ser tudo aquilo que esperamos
Mas quem nos disse que é o esperado?
Se ninguém acredita tudo desmorona?
Se as linhas significam as divisões
O que isso nos diz sobre associações?
O que são fronteiras sem representações?
O que são significados sem atribuições?
As linhas sem prévias considerações
São o cerne da desconstituição
Através do que é hipotético
Que nunca me estendeu a mão...