Horas não contadas no reflexo soturno

Não adianta

Não adianta

O tédio me acompanha

E não é só mais um drama

De um jovem que foge do sono

Enjoado do espetáculo infame

É a forma sem receptáculo

Os romanos da decadência

Os valores desmascarados

Isolam quem realmente sente

E não se encaixa no seu formato

Ainda se afogam nessas correntes frias

Trazendo o desconforto, a pele que arrepia

Mesquinhos escondem os pecados

De quem orquestra essa trama falsa

E ainda cremos em suas imagens

Enfeitadas, editadas, sempre o esperado

O esperado que também cremos

Ser tudo aquilo que esperamos

Mas quem nos disse que é o esperado?

Se ninguém acredita tudo desmorona?

Se as linhas significam as divisões

O que isso nos diz sobre associações?

O que são fronteiras sem representações?

O que são significados sem atribuições?

As linhas sem prévias considerações

São o cerne da desconstituição

Através do que é hipotético

Que nunca me estendeu a mão...

Sombra Victorino
Enviado por Sombra Victorino em 18/12/2019
Reeditado em 18/12/2019
Código do texto: T6821515
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