Melancolia XXXVIII
Se neste lar tu vier morar
Não te agarrarei,
faria um chá para se acomodar.
Minha flor que as estações em teu colo
Aquece minha raiz que bate mais forte.
Risco os versos tristes por ti.
Se deite agora comigo,
peço de mansinho colado em teu ouvido
Tive pesadelos que não pude acordar
e tenho medo deste escuro que nos envolve.
Te chamo em minhas contorções,
a alma pede teu socorro.
As estrelas vêem a luz nesta linha
que nos conecta.
O entrelace nos prédios, nas ruas,
nos corpos.
Todos a fracionar nosso coração.
Movimenta para os lados, de olhos fechados
Sente o ar se desfazer
E abrir o espaço para te engulir.
As folhas ao teus pés
valsam,
rodopiam junto ao teu corpo.