EM VÃO
Na calada noite
No silêncio da mente
Uma lamento desperta
Desaloja o torpor
Entreabre uma nesga
Ajusta o foco
Em busca do oculto
A que se oprime
Embora exista
Vez que a negação
Deveras alivia
Arrefece a dor
Mas o que é parte
E integra o todo
Decerto sobrevive
Á espreita aguarda
Um momento insano
Em que a lucidez refregue
Para mostrar a cara
Expor as entranhas
Visto que é reverso
Polo imantado
Da moeda a coroa
Do Ser a sombra
Já que naquilo que
A luz ilumina
A consciência emerge
Facilita o trabalho
Do conhecimento pleno
Do sótão escuro
Do Ser amarfanhado
Do que em vão sufoca...