Cubículo na fenda abissal
Me anestesio pra não sentir nada por perto
Mas desse jeito só me vejo mais de perto
Me prendo nesse escuro latente
Me rendo à luz que nunca acende
Me rendo ao que dizem que não rende
Me arrasto todo dia por essas paredes
Limitado como os peixes nessas redes
Sendo um mísero ponto na imensidão do mar vermelho
Que se alimenta do meu sangue escorrido entre os medos
O único receio é não temer mais o espelho
Olho direto no fundo do abismo
E ele sempre me olha de volta
A psique absorve todo seu opaco
Penso se pulo agora ou dou uma volta...