Cubículo na fenda abissal

Me anestesio pra não sentir nada por perto

Mas desse jeito só me vejo mais de perto

Me prendo nesse escuro latente

Me rendo à luz que nunca acende

Me rendo ao que dizem que não rende

Me arrasto todo dia por essas paredes

Limitado como os peixes nessas redes

Sendo um mísero ponto na imensidão do mar vermelho

Que se alimenta do meu sangue escorrido entre os medos

O único receio é não temer mais o espelho

Olho direto no fundo do abismo

E ele sempre me olha de volta

A psique absorve todo seu opaco

Penso se pulo agora ou dou uma volta...

Sombra Victorino
Enviado por Sombra Victorino em 05/12/2019
Código do texto: T6811628
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