Indiscernibilidade definitiva
Eu sou o que sou
Um pedaço do que já fui
Um pedaço de quem se foi
Um pedaço do que flui
Um pedaço do que permanece
Um pedaço de tudo que sei
Que nem sei se sei tanto assim
Um pedaço de mim quando errei
Que já se vê tão perto do fim
O fim do existir é uma certeza, eu sei
Mas pra muitos não é tão certo assim
Pra muitos seria o início de outro fim
Pra outros pode ser inconcebível, enfim
Eu sei que o tempo nunca foi remédio
Eu sei que o tempo não cura esse tédio
No silêncio habitei muito tempo
O silêncio me observa sempre quieto
O semblante pesa e eu ainda nego
Não apago enquanto a face não amortece
Não acredito que isso um dia passe
Pra tudo recorro a algum novo álibi
Nem tudo está contido nas frases.