Indiscernibilidade definitiva

Eu sou o que sou

Um pedaço do que já fui

Um pedaço de quem se foi

Um pedaço do que flui

Um pedaço do que permanece

Um pedaço de tudo que sei

Que nem sei se sei tanto assim

Um pedaço de mim quando errei

Que já se vê tão perto do fim

O fim do existir é uma certeza, eu sei

Mas pra muitos não é tão certo assim

Pra muitos seria o início de outro fim

Pra outros pode ser inconcebível, enfim

Eu sei que o tempo nunca foi remédio

Eu sei que o tempo não cura esse tédio

No silêncio habitei muito tempo

O silêncio me observa sempre quieto

O semblante pesa e eu ainda nego

Não apago enquanto a face não amortece

Não acredito que isso um dia passe

Pra tudo recorro a algum novo álibi

Nem tudo está contido nas frases.

Sombra Victorino
Enviado por Sombra Victorino em 05/12/2019
Código do texto: T6811612
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