O temeroso iminente

Entre o que nem sempre pode ser expressado

Questões que nem sempre podem ser respondidas

Nem o estado anímico impede minha condição anômica

O estado de ânimo me pede inconsciência desse assombro

Até que ponto as coisas são o que são

Até que ponto são várias coisas

Até que ponto só deixam de ser

Até que ponto podem se tornar

Ou absorver tudo porosamente

Espelhamento disforme daquilo que há em volta

Consumindo esse eu de pura ficção

Que só criamos pra não se perder em vão lá fora

Crio um monstro e acordo no chão

Tão intrincado entre o espaço do vão

Sempre quis dormir eternamente

Em um sono leve e entorpecente

Até acordar sem sentir o mundo ao lado

Até acordar e só sentir o meu lado

Até acordar só por ser obrigado

Até dormir tanto e se perder no lapso

Até dormir e nunca mais sonhar

Até dormir mas só sonhar acordado

São tantos sonhos pra tantas realidades

Pouco brilho pra tantas correntes

Pouca brisa pra tanto vento

Que só passa rápido, trépido

Arrasta tudo, não carrega nada

É indiferente, nunca sente

E nem disso é consciente

Não sabe nem por onde anda vagando

Mas anda sempre em um lugar diferente...

Sombra Victorino
Enviado por Sombra Victorino em 30/11/2019
Reeditado em 01/12/2019
Código do texto: T6807661
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