Dilema
Quando se ama, se acende uma chama
Você, quando beija, deixa o mundo que veja
Já que em bandeja se entrega na cama
E à vida, a quem clama, em amor se despeja
Eu, como tolo, busco consolo
Se consegui uma vez, posso duas, talvez
Mas na embriaguez comemoro sem bolo
Um ano sem colo, talvez dois, talvez três
Então me entrego, mas cadê o apego?
Se sei de mim, por que é que é assim?
Vejo, enfim, que me falta o tempero
E vem o sossego, indesejado, por fim
Quando se ama, se acende uma chama
Mas há quem teima, a toca e se queima
E fica o problema, que dita uma trama
Será que se engana ou vive um dilema?