Brumas

E agora José?

Dizia o poeta

Nós os animais mais vis

Que a terra conheceu

Miseravelmente fadados aos fracasso

Nossos empreendimento

O tempo levará com furor

No fundo de cada olhar

Dá pra ver nossa condição

Confusa e totalmente

Inconsiste sobre a vida

Se não sabe inventa!

Assim é traçado o teatro cotidiano

Eis o homem

Um ator nato

Que foge e finge

A arte é liberdade

Mas a liberdade também é ilusão

Todo esse caos busca

Uma ordem falsa

Sempre prontos ao colapso

Contento nossos monstros

Há sempre um erro em cada acerto

As vezes seguramos tão firme a outra mão

E as vezes matamos sufocando com abraço

As vezes o bem nem sempre é bem

Mas o mal agente sabe no fundo

É sempre mal

A linguagem é discurso

O discurso é sempre utopia

A esperança que existe

É para que não morramos

Mas também a mesma que nos mantém acorrenta

Sim há um medo da liberdade

Mas e agora?

Perfeição, salvação beleza

Isso importa? Não saberia dizer

Honestidade não é nosso forte

O sonho é o que cultivamos

Na realidade

E a realidade é sempre

Um difícil confronto

O tempo é nosso algoz

Mas também nosso herói

E assim seguimos

Vivendo de esperança

Fingindo que somos bons

Quase sempre como um carma

Que o destino nós impõe

Em uma verdadeira tragédia grega.