Ode à Natureza ( para Fernando Pessoa )
Dia de vento, na poesia do alento, e momento de paz
Comigo me entrego, na ternura que espero, sozinha estou
Mais nada que exista do que o mergulho por dentro de mim
E a certeza dos dias corridos, sobrios, assim me vou.
Enxergo águas, vislumbro terras, e rego muitas flores
Ocupo tempos do relogio, em minha vida, já antes marcado
Vislumbro esperanças de Sóis que ainda não tiveram ocaso
Porque a Natureza não negou sua força à ira do predestinado.
Tal a Lua a gravitacionar suas pulsões a bel prazer dançando
Como a Terra a tingir de azuis seus ceus e alem mares sem fim
Vou seguindo minha trajetoria, ao errar, parar, me levantando
Buscando cortornos de verdades do que acredito estar em mim.
Sigo, e bússola, tenho comigo Pessoa, mestre nato e eterno poeta
Cético, às vezes, medidativo e panteísta, dono de espírito impar
Quisera eu tê-lo mais perto a mim se houvera podido, e cresceria
Encantada pelo seu dom à palavra, que a escrita so me fêz amar.