EVAPORADO
Correm os rosas fraquíssimos da manhã nova
no musgo do passeio na quase nove das horas.
— vejo um verso na tábua rasa em voo rasante
sobre as pedras soltas da calçada equidistante.
O vapor sobe a fumaça das dez no bafo morno
do céu quieto da primavera quente no entorno
desse óleo diesel que escapa do poema fundido
— na beirada do meio-dia e de seus intestinos.
Imploro ao vento uma brisa esparsa que arrefeça
as veias violetas do solo salgado da minha cabeça.