A arte de dizer adeus

Diga, diga que não estamos tão distantes.

Diga, diga que somos apenas coadjuvantes na chuva, sem guarda-chuva.

Um dia você já foi tão apreciável. Foi meu amigo, meu amor querido.

Um dia a gente já foi uma dupla, e agora sem culpa somos estranhos.

Eramos desafinamos e mesmo assim adorávamos cantarolar e enrolar.

O que acontecera comigo, contigo, conosco.

Diga, diga que tudo isso vai passar.

Diga que isso não ficará em nosso olhar.

Diga o que eu gostaria de ouvir para eu partir.

Como gostaria de ter escolhido a escuridão ao invés do frio.

Acho que agora é hora de ir para longe.

Ao longo desses anos vivi, cresci e aprendi.

Aprendi que eramos uma vez.

Aprendi a falar cada palavra por vez.

Deixa para lá, eu e tu.

Tu brincastes com meu coração e foi em vão.

Apenas diga, diga o que eu gostaria de ouvir para eu partir.

Eu já vi tudo isso, vejo que não temos a menor chance querido.

E digo, apenas digo, que para o teu amor eu não ligo.

Isso é lastimável, mas é a verdade.

Amor, não temos a menor chance.

Te conheci na escuridão e retomei a razão.

E quanto mais você se afastava, menos eu te amava.

Não há muito o que dizer e de você vou esquecer.

Para mim é fácil dizer adeus, sou boa até nesta arte.

A arte do adeus preserva a alma.

Nidelae
Enviado por Nidelae em 31/10/2019
Reeditado em 05/11/2019
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