TRIZ
Faço dessa noite um bosquejo rude de palavras,
resfrio o hálito da calçada que está desocupada,
onde só as folhas se movem ao redor da fumaça
que solto, depois de presa, no limite da baforada.
Abro o portão e respiro o vento arredio que passa
repleto dos alhos dos feijões e da algazarra das salas
violetas quando refletem a luz das telas dos celulares.
Remexo no bolso a fim de sacar, do vazio, uma prata
de outra esperança, pois a anterior já foi consumida
e necessária. Estou nos dias pelos bordos da teimosia,
por insistir em ficar de pé fincado no trevo da esquina
e rodar a cabeça entre nãos, grunhir e voltar à escrita.
Não sou feito de risos seguidos. Sou da brizola malhada
e da boca maldita. A guimba que volta, mesmo molhada.