Porto inseguro, ancoro e afundo

Tento entender todo dia

Por que tenho essa sede

Infindável da tua rede?

Que prende, mas também afaga

Como um abraço de urso

Que me envolve no teu braço

Até eu enxergar só teu rosto

Mais nada, nem a mim mesmo

Depois teu afeto me aperta tanto

Até quebrar todos meus ossos pálidos

E o que era a sensação de proteção

Se tornou o teu controle obsessivo

Pelas vibrações do meu coração

Que não sabem o que fazem

E por esse mesmo motivo agem

Se entendesse isso uma vez seria o bastante

Talvez não sentisse toda essa frustração gritante

O silêncio entre nós agora é tão uivante

Esse amor deixou de ser tão amável

Não sou mais do que um boneco inflável

Que preenche o espaço vago do teu colchão

Depois disso só posso ser a pior parte de você

Ou de mim, não soube mais respirar assim

Sendo teu robô controlado por um botão...

Sombra Victorino
Enviado por Sombra Victorino em 14/10/2019
Reeditado em 14/10/2019
Código do texto: T6769086
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.