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Ouço a música eletrônica dos pássaros e dos ecos

misturados na manhã silenciosa. Há aquele verso

cru (pendurado nos olivas da encosta) que vocifera

baixinho — no ocre de suas corcovas — e confessa

a tela iluminada das primeiras horas que atravessam

o dia e rompem com o véu lilás da noite que decreta

— na linha fina da aurora — um fim que nada encerra,

pois nasce noite de novo lá no outono dessa primavera.

Os prédios já recebem o toldo amarelo ouro e aspergem

os seus antirreflexos entre os segredos escuros das vielas

que fizeram vez nas mímicas do movimento à luz das velas

da nuvem desta fuligem quase densa que ainda reverbera.

Não encontro a nomenclatura impressa nos róis das tabelas:

um misto de cúrcumas, azuis e violetas — uma cor do poeta.