carta para minha solidão
deixado no canto feito criança de castigo
pranto impregnado no peito acaba comigo,
em tempo de surtar acabei me abandonando
lamento te deixar mas não te suporto chorando,
de agora em diante eu lhe quero calado
fui embora um dia antes do dia planejado,
e tudo que me resta é toda vida pela frente
o mundo em festa enquanto grita o indigente,
terra dos cegos sem escrúpulo nenhum
faço-me pequeno e dos crápulas mais um,
enterram suas dívidas e passam maquiagem
ninguém dúvida quando a vida é só massagem,
errei ontem hoje de novo, vou sair pra tomar uma
o que fez está feito e já que o fez então assuma,
o q ' me mata mês a mês é solidão acumulada
onde no intimo do peito te chamo por amada,
faça as malas e fecha a casa,
ligamos para o povo no caminho
pra dizer que tô bem melhor sozinho.