MONÓLOGOS DE SILÊNCIO
Muitos silêncios rodeiam o domingo de céu cinzento,
quando vagam lentos pela manhã da casa, suspensos
entre a pausa oculta de seus compassos e os intensos
decibéis ausentes que assediam os meus pensamentos
(abro um verso, feito uma Tábua de Ouija, a fim de saber
dos seus desejos e qual é a mensagem que têm por dentro.
Sinto o vento ríspido na testa que mexe com esse desfile
de músicas mudas — e o poeta não capta nem um timbre
que o conforte ou, quiçá, alguma tradução de um espírito).
Sim, falam comigo — mas não posso entender o que dizem.