MAIS
A tristeza é uma rua vazia de casas abandonadas
(onde as folhas secas que caem fracas das árvores
não fazem arruaça — mesmo quando são pisadas).
Ela é aquela hora que não se sabe: aurora ou ocaso,
anoitece ou amanhece já que o azul do céu é fraco?
Pode vir de repente, mas o poeta a tem num frasco
no compartimento secreto do seu colete de plástico
que o faz sempre se lembrar: o poema é um fracasso.
Mais gemido do que fúria. Mais muda do que um grito.
Mais pingo do que chuva. Mais funda do que um abismo.