Ouro de tolo
Rio, 13.09.2019.
Ouro de tolo.
Um incêndio num hospital,
Como se já não bastasse passar mal.
Pois é, a vida anda fogo.
A gente segue sem emprego
Sem capital, pagando pau pra general,
Com aquela esperança "Ouro de tolo".
Cada um no seu quadrado,
Um povo ideologicamente separado,
Mas na comunhão de um
Descaso que afeta a todos.
Um país irracional, salve a negligência federal. Governantes espertos comandando
Uma nação de bobos.
Aqui desvio de dinheiro público
É festival que ultrapassa as
Dimensões do Rock in Rio,
E a violência a cada instante
Se eleva um grau, só de pensar da calafrio.
O caos está declarado,
Mas o povo já está acostumado
E nem há mais lágrimas
Pra chorar as nossas mágoas.
Em Brasília dezenove horas
E alguns séculos de falta de vergonha na cara.
Eleitos vivem de caviar enquanto
Os eleitores ruminam suas migalhas.
E de repente me vem a mente
A lembrança da nossa história,
O tal grito de independência ou morte,
Que nos queria um povo próspero e forte.
Um grito que silênciou na poeira
Do tempo, sem valia.
De que nos serviu a independência
Se vejo meu povo morrer entregue
A própria sorte a cada dia?
Clayton Márcio.