À deriva de si...
Flores murcham onde não há consolo,
Elas definham por falta de colo,
Pois árido é o seu solo,
Preenchido de silêncio e solidão,
Germinadas dos choros,
Elas não nutrem esperanças,
Quando as desprezamos,
Elas murcham em cada lembranças,
Não realizam a fotossíntese
Quando não as amamos,
Elas somente definham em fases
Caducam muito antes do seu tempo,
Desertificam os campos,
Enrugam seus caules,
Pois o vazio consumiu-as
De grão a grão,
E corrompeu a essência do seu âmago,
Deixando-as sem direcção
Por isso não nutrem a seiva do aconchego (...)
Deixaram-se à deriva de si,
Nem os raios ultras elas querem sentir,
Vivem emoções muito além do existir,
Num aprendizado de dor,
Pois se ao menos lhes restassem amor
Erguer-se-iam em cada manhã de desilusão,
E saberiam viver o seu aprendizado de emoções (...)
(M&M)