À deriva de si...

Flores murcham onde não há consolo,

Elas definham por falta de colo,

Pois árido é o seu solo,

Preenchido de silêncio e solidão,

Germinadas dos choros,

Elas não nutrem esperanças,

Quando as desprezamos,

Elas murcham em cada lembranças,

Não realizam a fotossíntese

Quando não as amamos,

Elas somente definham em fases

Caducam muito antes do seu tempo,

Desertificam os campos,

Enrugam seus caules,

Pois o vazio consumiu-as

De grão a grão,

E corrompeu a essência do seu âmago,

Deixando-as sem direcção

Por isso não nutrem a seiva do aconchego (...)

Deixaram-se à deriva de si,

Nem os raios ultras elas querem sentir,

Vivem emoções muito além do existir,

Num aprendizado de dor,

Pois se ao menos lhes restassem amor

Erguer-se-iam em cada manhã de desilusão,

E saberiam viver o seu aprendizado de emoções (...)

(M&M)

Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko
Enviado por Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko em 12/09/2019
Código do texto: T6743726
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