DEMARCAÇÕES

Preso entre os alqueires roxos da madrugada,

dentro dos cercados dos signos e da fumaça

da palavra que é vampira (e estará toda morta

quando brotar a primeira frincha lilás da aurora).

De verso em verso, o poeta não enche o papo

e nem a goela profunda do abismo do espaço,

onde orbitam estranhos tempos desconhecidos

que põem à prova: o que é, de fato, ser infinito?

Paira uma nuvem espessa sobre a batina do dia.

No coreto escuro do poema. No adro da poesia.