Água da chuva...
Água da chuva...
garimpei no tempo esse seu jeito de olhar. nossa música tocava num bar como uma Ave Maria, procurando aqui dentro teu cheiro. teu jeito. as coisas voltando em alguma data para se sonhar (o enquanto). e a vida treme esse exatamente aqui. o que sobra nos braços. chove como chuva que não toca o chão e alaga o interior. o mar. tal água firme. água de chuva. água de choro. toca o telhado. seu endereço. sua roupa. tua pele. o que enche a folha onde as palavras não secam. não faltam. sorriem o ar. sob céu algum. amado amigo. foge agora. para aqui dentro e não cessa. largo tudo... dar-te-ia a mim mesmo sem data. mas diga-me onde é esse longe que não acaba? – se no meu peito é tudo tão perto como um vento enluarando seus cabelos. só pra te falar de amar. de mar... como um raio vivo que treme em suas mãos. de tanto (não cessar) esse amor. esse mar de perder a hora de acabar-me. como um navio a navegar-nos...
Para Alice Lucone